quinta-feira, dezembro 08, 2005

A FORÇA DAS CONVICÇÕES

«Shalimar, o Palhaço» é o título do mais recente romance de Salman Rushdie. Passado na Cachemira, ele tem por protagonista um homem incapaz de fazer mal a uma mosca, que se tornará num assassino, quando vê a mulher trocá-lo pelo embaixador norte-americano na região.
Num longo processo de transformação pessoal, ele irá até ao continente norte-americano para, aí se fazer contratar como motorista pelo homem, que lhe suscitara tal infelicidade.
Será perante a enteada resultante dessa ligação amorosa, que o mortificou, que ele assegurará a sua vingança.
Para Rushdie foi importante demonstrar que o autor de um acto terrorista não é um ser diabólico, movido por intento irracional. As razões de Shalimar serão suficientemente fortes para explicar o seu acto. A exemplo dessa Cachemira donde ele provém: o escritor ainda se lembra como esse era um canto paradisíaco do planeta há duas ou três décadas.
Hoje, pelo contrário, cheira a pólvora, a sangue, a guerra permanente…

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