quarta-feira, dezembro 28, 2005

ELEFANTES NO RIO DE AREIA

Um documentário, que marca o dia é o da BBC sobre os elefantes da Namíbia. Porque se a vida é difícil para tantos povos e animais nas mais diversas latitudes, os elefantes do deserto da Namíbia sobrevivem em condições extremas.
Durante anos é capaz de não chover, reduzindo o leito do Rio de Areia, aí existente, a uma paisagem de pedras e de terra cinzenta rodeada pela cor marciana das montanhas adjacentes.
A morte não é difícil de encontrar por estes lados: bastará a opção errada por um trilho, que conduz a coisa nenhuma, para mãe e cria se verem condenadas.
Ademais as viagens destes nómadas sob o sol inclemente são a única solução para o facto de existirem poços de água num local e vegetação comestível noutro muito distante.
Ainda se os seus estômagos tivessem a capacidade do dos rinocerontes, que tudo devoram, mesmo as plantas carregadas de veneno! Mas não: o desafio da sobrevivência cria engenhos, que não são assim tão alargados…
Vale o facto de, quando a situação parece mais desesperada, a chuva cair e transformar em leitos caudalosos o caminho de pedras do dia anterior. Mas é uma água efémera, porque a terra sequiosa bebe-a voraz. Só dando tempo a que as sementes, em hibernação há muitos meses, criem breves campos floridos.
Ao ver essas imagens cabe perguntar quais os efeitos do aquecimento global do planeta na alteração dos ecossistemas mais inóspitos. Apesar de terem vida distribuída por todos os seus cantos, a subida de um grau centígrado poderá causar um morticínio de que nem sequer tomemos imediata consciência… E, então os cem rinocerontes da região, os não muitos mais elefantes, os chacais, os palhaços do deserto (lagartos, que executam uma dança singular para não sobreaquecerem as patas), as gazelas e outros animais aí ainda livres, poderão ser contabilizados à conta das espécies extintas.

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