sexta-feira, setembro 09, 2005

UMA ANÁLISE ESTEREOTIPADA DA PRÁTICA GOVERNATIVA

Lêem-se as análises dos comentadores políticos dos nossos jornais e apetece evocar aquele célebre mestre da propaganda nazi, que constatava a tradução em verdade colectivamente aceite uma mentira mil vezes repetida.
Vem isto a propósito do editorial de José Manuel Fernandes na edição de sábado, dia 10 de Setembro: uma vez mais lá volta a estafada tese da destruição de expectativas positivas alimentadas pelo Governo de José Sócrates neste primeiro semestre de governação.
Como se a contestação das várias corporações atingidas por algumas das corajosas medidas anunciadas e aplicadas, pudesse justificar uma queda em desgraça como muito rapidamente sucedeu com a desastrada governação de Santana Lopes.
Mas se JMF e muitos outros comentadores continuam a ser demasiado subjectivos e parciais em tudo quanto diz respeito ao trabalho governativo deste período, a realidade vai-se encarregando de lhes negar as previsíveis evidências.
O que aconteceu com o crescimento do PIB é só um exemplo: no dia do seu anúncio pelo INE não faltavam analistas a explicarem porque se estava em recessão.
No dia seguinte, despeitados pelo crescimento de 0,5%, vinham refrear o entusiasmo dos que vêem nesse indicador o sinal de uma inversão no pessimismo dos portugueses. Esquecendo-se de como, um ano antes, haviam sido cúmplices do Governo de Durão Barroso, no anúncio de uma retoma, que, aí sim, se fundamentara tão só no efeito atípico do Euro 2004.
Enquanto cidadãos responsáveis, qualquer desses comentadores deveriam ter como prioridade o interesse do país. Que, qualquer que seja a cor do Governo, sejam os seus resultados a definirem a apreciação ou não do seu sucesso.
Ora, numa altura em que o petróleo bate recordes nos mercados internacionais ou em que a República Popular da China aproveita as consequências de uma estratégia furada de Washington para implodir o seu regime, fazendo-a entrar na Organização Mundial do Comércio sem a devida consideração do que estava em causa, o Governo de José Sócrates está a demonstrar uma competência e uma determinação inquestionáveis para superar os pontos fracos da economia portuguesa.
E as medidas corajosas, que vai tomando, dão garantias de corresponderem ao rumo mais acertado para reaproximar Portugal das economias mais dinâmicas do nosso tempo...

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