quarta-feira, setembro 21, 2005

FUTEBOL NO FEMININO

As mudanças mais eficazes são as oriundas dos pequenos acontecimentos. Como o desta fotografia: apesar do estádio vazio e do equipamento singular de uma das jogadoras, existe nesse afã em torno de uma bola algo de subversivo. Porque ambas contestam o papel tradicional da mulher na sociedade islâmica: em casa a tratarem dos filhos.
Aqui a iraniana Shihrin Nasiri e a jordana Diana Akkad disputam uma das partidas do Campeonato feminino de futebol organizado pela Federação de Futebol da Ásia Ocidental. E a diferença do equipamento transmite, por si, o nível de evolução da imagem da mulher em qualquer desses países muçulmanos. Mais fechado o iraniano, que obriga ao lenço a tapar os cabelos e o fato de treino a tapar todo o corpo. Mais ocidentalizado o jordano, que já permite a ostentação do cabelo e das pernas das suas jogadoras.
Mas, mesmo nessas diferenças, há os sinais premonitórios de uma irreversível tendência para a igualdade dos sexos numa sociedade ainda marcada pelas suas tradições mais arcaicas.

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