quarta-feira, agosto 10, 2005

Já vai sendo raro, mas a aventura espacial ainda vai dando azo a alguma expectativa.
Foi o que aconteceu esta tarde com a chegada do «Discovery». Depois da explosão do «Columbia» esperava-se pelo momento da chegada, não fosse repetir-se a transformação da nave numa imensa bola de fogo, seguida da sua projecção em minúsculos estilhaços.
Mas a reparação da zona do escudo térmico efectuada no espaço dava confiança quanto a um happy end. E assim sucedeu...
De qualquer forma - e a exemplo do que tinha sucedido, há um par de dias, com o resgate dos nove marinheiros russos de um submarino afundado no Pacífico - as pessoas andam ansiosas por notícias positivas. Que constituem o contraponto à alietoriedade da morte absurda suscitada pelos atentados terroristas ou pelos acidentes aéreos, sempre caracterizados por imensas vítimas.
A crise agora superada com a aterragem da «Discovery» não resolve, porém, o impasse a que a exploração do espaço chegou. Não garantindo um rápido retorno das verbas investidas, os governos tendem a olhar esse desígnio como algo de secundário. Adiando a inevitabilidade de se ter de começar a pensar noutras paragens mais promissoras, já que o planeta vai vendo esgotados os seus recursos, nomeadamente os energéticos.
Se já é possível chegar a milhões de quilómetros de distãncia para enviar um míssil contra um cometa ou para fotografar planetas dos confins do sistema solar, é evidente que as verbas hoje aplicadas numa política de agressão continuada a pretensos impérios do Mal seriam melhor canalizadas na procura da viabilidade da sobrevivência humana numa perspectiva de longo prazo.

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