terça-feira, agosto 09, 2005

COERÊNCIA VS. BEM COLECTIVO

Como se diz a alguém, que vai ficar despedido a partir do mês seguinte?
Sobretudo, quando se acaba de saber que ele foi pai de uma criança dias atrás e tem toda uma carga de novas responsabilidades a nortear-lhe os dias?
Foi esse um dos momentos difíceis de hoje e que colide com todo um conjunto de princípios morais e ideológicos inerentes à minha condição de homem de esquerda.
E, no entanto fi-lo. Como tantas vezes a vida me tem obrigado a comportar-me a contra-corrente do que a vontade me impeliria.
É a velha questão da coerência! Aquela que leva, por exemplo, Mário Soares a perfilar-se a novo mandato presidencial, colocando a amizade com Manuel Alegre em risco.
E, no entanto, todos sabemos quão mais fácil será vencer Cavaco Silva, se o candidato de esquerda for o primeiro. Por isso, entre o bem colectivo e a coerência individual, será a segunda a curvar-se às prioridades do primeiro. Como, no caso das minhas opções profissionais, será o bem colectivo (expurgando a empresa de elementos menos rentabilizáveis) a sobrepôr-se à pena, que me faz endossar alguém com escassas competências para as sinuosas vias do desemprego...

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