sábado, fevereiro 09, 2019

(DIM) Velho? Eu?


Sobre um filme como «O Homem do Revólver Silencioso», que Don Siegel realizou em 1958, pouco teria a dizer para além do facto de ser a passagem para o grande ecrã de uma série televisiva de sucesso  com polícias a investigarem crimes, pretexto para perseguições de automóveis pelas ruas de São Francisco.  Nada de interessante, quanto mais de entusiasmante!
Siegel faria disso o seu estilo levando-o a dimensões repugnantes, quando criou a personagem fascistoide de Dirty Harry, que contribuiu para a fama de Clint Eastwood. Nos filmes de tal série o herói era um modelo de virtudes a começar pela de não esperar por julgamentos para punir os crimes dos vilões, matando-os atempadamente, e com requintes de sadismo. Ou, em contraponto, estes  últimos são ruins como as cobras - é o desempenho de Eli Wallach neste em particular, em que é tido como um psicopata capaz de matar friamente quem lhe desagrade, ou quem tivesse sido contratado para matar, sem revelar o menor escrúpulo. É claro que a sua morte estará à medida da sua malvadez.
Outra é, porém, a referência mais pertinente sobre o filme: às tantas, ao descrever um dos suspeitos aos polícias, um jovem descreve-o como um velho para aí com 50 anos.
Esperem! Vi e ouvi bem? Em 1958 ter-se cinquenta anos equivalia a ser-se arrumado na categoria dos velhos? Que direi agora que já ando nos sessentas? Serei mesmo velho? Eu? Ora que o Dan Siegel vá dar uma grande volta ao bilhar grande!

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