sábado, setembro 05, 2015

DIÁRIO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO: a legenda que nos faz sempre temer o pior!

Se tivesse ido ver «O Pátio das Cantigas» na versão pimba de Leonel Vieira, não teria dificuldade nenhuma em escolher o pior filme visto em 2015.  Ao entrarmos no último terço do ano já não tenho muitas oportunidades para fazer uma escolha incontestada! Mas este «The Railway Man» é, igualmente, um bom candidato.
Começa por parecer um filme daqueles muito «romântxicos» como as brasileiras mais piegas costumam adorar. A referência ao «Breve Encontro» de David Lean faz todo o sentido, porque , mesmo não sendo numa estação ferroviária, Eric e Patti enamoram-se um do outro num comboio.
Mas depressa a história descamba para o melodrama com o protagonista a mostrar-se impotente perante os traumas contraídos em ambiente de guerra. É a altura em que voltamos a ter pena da pobre da Kidman, que anda sempre fadada para estas histórias rocambolescas sobre amores com tudo para dar certo, mas a penderem para o incontornável fracasso.
Surge então outra mudança: para que fiquemos inteirados dos problemas de Eric temos um longo flash back para uma recriação de «A Ponte Sobre o Rio Kwai». Com japoneses piores que as cobras e ocidentais a sofrerem agressões brutais.
Quando tudo parecia tender para um inevitável impasse, o inglês vai à procura do seu principal torturador e acaba aos abraços comovidos, porque o japonês confessa-se arrependido.
Temos, assim, um final vomitativo de tão xaroposo!
Balanço final: eu já devia ter aprendido a lição sobre ao que ia, porque tudo se iniciava com a legenda do costume: baseado “in a very true story”.
Quando ela aparece é sempre de temer o pior... 

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