sábado, setembro 12, 2015

DIÁRIO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO: Dennis Hopper e as inacreditáveis histórias em torno de «Easy Rider»

Dennis Hopper nasceu em 17 de maio de 1936 em Dodge City. O pai era merceeiro, mas, quatro anos depois, desapareceu numa missão de espionagem na Ásia, quando trabalhava para a OSS. Ao reaparecer, anos depois, suscitou no filho um efeito alucinatório, já que todos o tinham dado como morto.
A mãe de Dennis dirigia as piscinas municipais e nunca se calava. Da sua boca saía continuamente uma enxurrada inesgotável de palavras. Por isso o rapaz ia buscar sossego à quinta do avô onde podia cheirar à vontade os vapores de combustível dos tratores ali existentes.
“ Eu detestava os meus pais”, diria o ator ao longo de toda a sua vida.
Aos treze anos decide ser ator ao apaixonar-se perdidamente por Leslie Caron. No entretanto vai ganhando uns trocos a distribuir anuários. Mas não tardará a integrar o elenco de «Fúria de Viver», onde tem uma relação tórrida com Natalie Wood - que ora estava na sua cama, ora na do realizador, Nicholas Ray -, e começa a experimentar peyotl.
Após a rodagem de alguns westerns  Hopper ingressa no Actor’s Studio e aspira reciclar-se em pintor modernista: cobre o estúdio de alcatrão e ingere mescalina em quantidades industriais: casa por essa altura com Brooke Hayward, filha da atriz Margaret O’Sullivan, e inicia a criação da sua invejável pinacoteca, quase toda composta por arte contemporânea, ao comprar quadros a Frank Stella e a Roy Lichtenstein. Mas também compra kalachnikovs, espingardas e pistolas.
Orgulha-se nessa época de gastar anualmente mais dinheiro em droga do que constaria no PIB de alguns países africanos. É nesse estado de alma, que chega ao momento culminante da sua carreira artística: a rodagem de «Easy Rider».
Há muitas histórias sobre o ambiente da rodagem do filme, que parecem inacreditáveis: como a de parar tudo para ele discursar aos atores e aos técnicos sobre a iminente Revolução, concluindo tal intervalo com vários tiros para o ar. Ou quando contratou um gang de motociclistas - os Hell’s Bikeroos - para algumas das cenas do filme e eles desapareceram com as motas dos atores.
Na versão inicial o filme durava quatro horas, mas Peter Fonda encarrega-se de fazer uma montagem com apenas 94 minutos. E, na estreia, em julho de 1969, converte-se num enorme sucesso. 

Sem comentários: