segunda-feira, junho 09, 2014

ARTISTAS CONTEMPORÂNEOS: Cabu

Aos 76 anos Cabu é um dos decanos da ilustração francesa, sendo nome de referência do “Canard Enchainé” desde 1982, ou do “Charlie Hebdo” desde 1992. O seu traço simples dá expressão  a uma mordacidade contundente, que o tornaram num dos mais influentes críticos da realidade política francesa.
Nascido em 1938 depressa revelou a vocação por muito que lhe tivessem sido penosas as aulas de desenho técnico no liceu com as quais nunca se conseguiu entender.
Nos anos cinquenta conseguiu emprego como aprendiz num estúdio de desenho em Paris, aproveitando para, ao mesmo tempo, frequentar aulas de artes gráficas na Escola Estienne e na Académie Julian.
Antes de se ver obrigado a cumprir o serviço militar durante a Guerra da Argélia, ainda conseguiu assegurar a publicação de algumas ilustrações num jornal de Reims.
A experiência da tropa incute-lhe um pacifismo militante. Serão várias as querelas em tribunais para onde é conduzido como réu em processos em que o acusam de «minar a moral das tropas francesas».
Já anda ativo a publicar desenhos na grande imprensa escrita (“Ici Paris”, “Paris Match”) quando, no início da década de sessenta se junta a uma geração brilhante, que inclui Cavanna, Reiser, Fred, Wolinski, Topor, no “Hara Kiri”, uma publicação apostada no que era «bête et méchant», não dando tréguas aos tabus de então.

A experiência durou enquanto a censura não forçou o encerramento desse jornal.
Desempregado, Cabu muda-se para o “Pilote”, onde inventa a personagem do Grand Duduche.
Desde então a sua intervenção artística sucede-se em quase todos os grandes jornais e revistas francesas, desde o “Figaro” ao “France Soir”, do “Nouvel Observateur” ao “Libération”. Ainda assim é na imprensa satírica, que ele melhor  dá conta da forma assombrada como lê a realidade...

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