Daniel Buren é um dos artistas mais célebres dos nossos dias, já que não são difíceis de encontrar as suas obras com faixas regulares e de grandes dimensões. Mas ele é igualmente tido como alguém que gosta de guardar para si os segredos da sua criatividade: as obras devem causar um certo efeito, quer sejam desenvolvidas numa tela, numa fachada, num cenário ou num circo.
Buren não possui atelier, trabalhando onde lhe vai agradando. E essa é uma das principais características da sua obra. Ele pratica o que designa a arte “in situ”.
Nascido em 1938 esteve matriculado por pouco tempo na École des Métiers d’Art, já que, desde muito cedo - estávamos então no início dos anos 60 - começou a questionar os limites da pintura.
Recorrendo a uma gramática visual cingida ao essencial, ele começa, a partir de 1967, a utilizar bandas invariavelmente espaçadas de 8,7 centímetros que define como a sua ferramenta visual. Desde então desenvolve uma obra rigorosa e coerente, que pode ser entendida como uma abordagem plural do contexto na criação artística.
O Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Estrasburgo está a expor as suas obras mais recentes até ao final do ano.
Intitulada «Como uma brincadeira infantil, trabalhos in situ», a exposição integra duas obras novas de grandes dimensões, que surgem nos 1500 m2 da fachada envidraçada do museu e nos 600 m2 da sala de exposições temporárias.
O projeto compõe-se de duas partes, complementares uma da outra., dando ao visitante a possibilidade de redescobrir a arquitetura e os espaços de exposição sob uma nova perspetiva.
Com esta dupla exposição, Daniel Buren executa um trabalho, que alia a compreensão do que existe com a afirmação de uma proposta escultórica, no que é uma das suas obras mais lúdicas no conjunto de todos os seus trabalhos.
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