sábado, novembro 24, 2018

(DIM) «Em Paris com bilhete de identidade», de Serban Marinescu (2015)


Dragan é professor do ensino secundário, lecionando qualquer disciplina, incluindo ginástica, embora o francês melhor se justificasse em função da sua formação académica. Ir a Paris é, aliás, o seu sonho recorrente, que o insta a ir juntando moeda a moeda para vir a alcançar o seu sonho.
O presidente da câmara organiza uma excursão para visitar a Torre Eiffel e promete levá-lo mas, à última hora, esquece-se do compromisso para dar a vaga à amante, uma professora farta de lhe aturar as mentiras e boçalidades.
No dia em que a viagem se inicia os acontecimentos na cidade vão frustrar os planos do organizador, porque começa a ser notícia o enclausuramento de Dragan no telhado do prédio onde mora, tomando como refém um miúdo sem abrigo. O caos instala-se no rés-do-chão com polícias, políticos e populares a transformarem a rua num caótico cafarnaum.
Procurando ter graça, o filme nunca chega a ganhar altura e dimensionar-se como comédia interessante. Até por dar da sociedade romena uma perspetiva tão negativa, que nela não cabe qualquer alternativa redentora. Mesmo adivinhando ali os piores cenários de corrupção, nepotismo e compadrio, justificar-se-ia alguma centelha de esperança.
Dragan ainda se ilude com o comportamento mais atilado das gerações mais jovens, mas ele próprio acaba o filme a constatar o roubo do seu magro pecúlio.  A viagem a França fica adiada sine diae, sendopouco crível, que se venha a concretizar.

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