sábado, fevereiro 11, 2017

(DL) Recordar Gabo (2)

Neste mês de fevereiro iremos recordar o percurso de vida e literário do escritor colombiano, que ganhou o Nobel da Literatura em 1982 e é um dos nomes incontornáveis do século XX.
A sua obra distingue-se pela fértil imaginação  ao mesmo tempo que constitui uma crónica realista, épica e alegórica da América Latina.
Se no primeiro texto evoquei as suas origens familiares, desta feita retomo o objetivo a imaginá-lo na criança que frequenta uma escola onde se aplicava a nova pedagogia Montessori. Mas ainda não chegara ao fim do primeiro ano letivo e já a instituição falia deixando-o na contingência de repetir o primeiro ano de escolaridade. Daí que chegue tarde à capacidade de ler e escrever, atraso que não tardará a recuperar logo a seguir.
Em 1936, ou seja aos nove anos, ingressa na escola pública de Aracataca, pouco antes de lhe morrer o admirado avô com uma pneumonia.
Deixando de existirem condições para continuar na terra natal, Gabriel muda-se para Barranquilla, onde o pai se estabelecera entretanto como farmacêutico, com sucesso limitado. Daí que, enquanto vai prosseguindo os estudos, Gabriel ajude a numerosa família, trabalhando numa loja onde pinta os cartazes publicitários e para a qual distribui prospetos.
Os pais voltam-se a mudar - desta feita para Sucre -, mas Gabo fica em Barranquilla enquanto aluno interno do colégio San José. É nesse período, que começa a escrever poemas satíricos e humorísticos, alguns dos quais saem no jornal escolar.
Aos dezasseis anos muda-se para Bogotá para frequentar o liceu Zipaquirá, graças a uma bolsa a que concorrera. Paralelamente continua a publicar poemas sob pseudónimo num dos mais prestigiados jornais de então.
O percurso académico vai concluir-se com a matrícula no curso de Direito da Universidade Nacional, mas a literatura vai-se sobrepondo aos estudos com a sucessiva publicação de contos e poemas.  E também a política, apaixonando-o desde que toma consciência das circunstâncias e das consequências em torno do assassinato do líder liberal Jorge Eliezer Gaitan a quem admirava.
Escritor e ativista político, eis a vocação de que ele jamais se dissociará até ao fim da vida.

Sem comentários: