No Verão passado estivemos na exposição anual da Royal Academy of Arts.
Numa dezena de salas acumulavam-se centenas de quadros, de gravuras, de litografias, a par de algumas esculturas colocadas à venda dos interessados, que se acotovelavam a apreciá-las, sobretudo às que ainda não possuíam as bolinhas identificadoras de estarem já vendidas.
A maior parte dos artistas eram-nos desconhecidos, mas apareciam obras de Paula Rego, de Antoni Tapiés ou de David Hockney. Mas a balbúrdia era tanta, as obras tão encavalitadas umas nas outras, que acabámos, por, tão-só, nos restringirmos ao acontecimento social em si.
Recordei tal vivência ao ler mais algumas páginas de Mark Twain na sua viagem pelas galerias do Vaticano: são tantas as obras expostas, que não se chega a admirar uma única com a disponibilidade devida.
Ficam em questão algumas perguntas: para que serve afinal a arte? Em que é que a sua exposição nos pode envolver, transformar?
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