domingo, junho 24, 2007

Philip Roth: «A conspiração contra a América» (1)

Na mesma altura em que Hollywood preparava a produção do filme de Raoul Walsh a América passou por um tremendo perigo: a de se tornar numa extensão do regime nazi. Simpatizantes de Hitler, havia-os ao mais alto nível, e não precisavam de se acobertar com silenciosas estratégias como Errol Flynn: Charles Lindbergh, o herói da aviação, que entusiasmara os seus compatriotas ao voar até Paris no seu «Spirit of St. Louis» não escondia a admiração pelos valores do regime alemão. Incluindo essa reiterada intenção de discriminar e oprimir os judeus.
No seu livro «A Conspiração contra a América», Philip Roth redige uma espécie de autobiografia Não quanto ao que aconteceu, mas quanto ao que poderia ter sucedido se Lindbergh tivesse sido designado como candidato republicano à eleição norte-americana de 1940 e houvesse vencido a Franklin D. Roosevelt. Então com sete anos o jovem Philip teria visto a sua família mergulhada no pior dos pesadelos: o de ver reproduzido em território norte-americano o mesmo terror então em curso por toda a Europa.
O livro está apenas começado: vou para aí nas primeiras quarenta páginas, mas é já bastante aliciante o que nele descobrirei nas quatrocentas seguintes…

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