quinta-feira, junho 21, 2007

E no entanto ela move-se

A esquerda, claro.
Às vezes não parece. É nos dias em que os defensores do mercado liberalizado aparecem em força a ganhar eleições - como ainda sucedeu há pouco em França, com Sarkozy - ou a publicarem livros a que, provocadoramente, chamam «Revolucionários».
Mas, ao mesmo tempo, vão surgindo sinais de uma vaga de fundo a aproximar-se. E que pretenderá redimir esta fase grotesca do nosso tempo feito de globalização de capitais, que promovem maiores desigualdades sociais e a condenação à miséria de camadas progressivamente empobrecidas.
É, no entanto, o insuspeito «Financial Times», que dá conta do que se está a passar num dos principais países europeus: A fusão do ex-PDS comunista com os dissidentes do SPD gera, de um dia para o outro, o maior partido da Alemanha, com 72 mil militantes, e é capaz de abalar a arquitectura política do país.
Por outro lado, sabendo-se agora quanto deveu a vitória da direita francesa ao influente eleitorado da terceira idade, anote-se esta conclusão interessante do jornal «La Croix»: O centro urbano é habitado por elites e por jovens licenciados em asceñsão, o que na França de hoje corresponde a uma nova geração de esquerda.
Tendo em conta que os resultados das legislativas até temperaram a arrogância da direita sarkhoziana, pode-se concluir que os socialistas franceses têm, agora, a disponibilidade para, em cura de oposição, reformularem as suas estratégias de forma a engrossarem essa tendência política que, em breve, se revelará...

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