domingo, novembro 06, 2011

Livro: O MAIOR ESPECTÁCULO DO MUNDO (1) de Richard Dawkins

A leitura da obra escrita por Richard Dawkins para o ano da celebração do 150º aniversário da publicação de «A Origem das Espécies» de Darwin, constitui uma estimulante oportunidade para acumular os argumentos, já bem sólidos, a favor do evolucionismo e contra as tentações retrógradas de quem defende o criacionismo.
O primeiro capítulo - Só uma teoria? - serve para  equacionar até que ponto estamos perante uma teoria, quase tão incontestável, quanto o são os teoremas matemáticos (merecendo assim a designação de «theorum») ou de uma mera especulação a ser colocada em pé de igualdade com qualquer outra explicação para tudo quanto vemos. E, obviamente, Dawkins considera o darwinismo um «facto» inquestionável, fundamentado em deduções científicas com pertinência de axiomas, e reiterado por infinitas demonstrações do dia-a-dia.
Por isso os criacionistas são comparados aos que, ainda hoje, negam o Holocausto considerando-o uma das estratégias da conspiração sionista. Apesar de tudo quanto se possa argumentar a nível de provas para comprovar o terrível crime nazi.
Mas, se eles negam a evidência evolucionista, argumentam com mistificações semelhantes ao que fazem os prestidigitadores, hábeis em distraírem a atenção dos seus espectadores para os iludirem com as conclusões pretendidas para os seus truques.
E Dawkins cita aqui um exemplo eloquente a nível da psicologia, que foi a experiência conduzida por Daniel Simons na Universidade do Illinois: colocando diversos espectadores a ver um filme com alguns jovens a trocarem entre si duas bolas de basquete e a quem se pede para contarem quantos passes ocorrem nesses vinte e cinco segundos, quase nenhum consegue ver o homem vestido de gorila que passa pelo cenário durante nove segundos e bate no peito numa manifestação de arrogância.
Os resultados desse teste são indicadores de como são falíveis os testemunhos oculares. Como o foram os que, durante milénios, levaram a humanidade a acreditar que o Sol era mais pequeno que a Terra, ou que girava em torno desta.
Numa época em que importa combater a ignorância de quem pretende cultivar na estupidez dos crentes a aceitação de relações socioeconómicas injustas, este tipo de leituras corresponde a uma forma de militância progressista de que não deveremos nunca abdicar...


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