Ao estrear-se nos cinemas, esta remake de um filme francês com Sophie Marceau e Yvan Attal esteve longe de entusiasmar a crítica e percebe-se porquê. Mesmo contando com a beleza de Angelina Jolie e o carisma de Johnny Depp, cedo se desenha a solução de uma intriga policial, que se divide entre Paris e Veneza, o que significa o recurso acrescido ao lado glamouroso de ambas as cidades.
Mas um filme destes vive da capacidade de surpreender, e cedo se compreende que o professor de matemática Frank Tupelo pode ser Alexander Pearce, o antigo namorado de Elise Clifton-Ward, que terá recorrido à cirurgia estética para alterar completamente de fisionomia, forma prática de escapar à tenaz perseguição movida pela polícia fiscal inglesa ou pelo gangster a quem espoliara de muitos milhões.
Para encher película cria-se o dilema de Elise se apaixonar pelo desajeitado professor sem esquecer a paixão anterior, sem conseguir fundi-las no mesmo objecto amoroso e um conjunto de cenas de acção pelos canais, ruelas e telhados de Veneza com o desenlace final a propiciar a confirmação das nossas precoces suspeitas.
Trata-se, pois, de um entretenimento puro, facilmente olvidável. Serviu para descontrair das preocupações com a troika, mas nada acrescentou de perdurável à nossa condição de esforçados cinéfilos.
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