O filme já tem 16 anos e muito contribuiu para a fama de Sandra Bullock, mas não se pode dizer que tenha envelhecido bem. Continua a ser um policial movimentado na linha das teorias da conspiração, que tanto sucesso tiveram por essa altura, graças a Oliver Stone, mas essa concepção de heroína mais do que improvável, capaz de, contra tudo e contra todos, escapar a todas as probabilidades de ser morta e sair sempre por cima, só nos filmes é possível Por isso mesmo, «The Net» enquadra-se no tipo de cinema de entretenimento para ver rodeado de adolescentes a mastigarem pipocas e sorverem ruidosamente coca-cola.
E, no entanto, o potencial de utilização das redes cibernéticas para pôr ao serviço de potenciais ditaduras oligárquicas, mantém-se presente embora não de forma tão primária quanto aqui é mostrado. O tratamento de sistemas Échelon e quejandos até teria o condão de se falar o que já realmente existe contra os direitos mais elementares dos cidadãos a nível global. Mas obviamente esse seria tema demasiado escaldante para ser produzido pelos estúdios de Hollywood...
Sandra Bullock faz aqui o papel de Angela Bennett, uma informática especializada em detectar e eliminar vírus, que vê os seus amigos morrerem ou desaparecerem de forma suspeita, a sua identidade trocada com a de uma condenada por prostituição e tráfico de droga, e a sua vida permanentemente em perigo graças a um assassino a soldo particularmente cruel. Tudo porque um dos seus amigos tinha conseguido entrar num servidor aonde não era suposto ter acesso. E que, ver-se-á depois, é o de uma empresa vocacionada para a protecção dos computadores federais, mas afinal dedicada a apossar-se dos mecanismos de poder.
Claro que, como costuma acontecer neste tipo de filmes, é graças à intrepidez dessa personagem, que a democracia norte-americana fica salva e o líder da conspiração mafiosa acaba preso. Para já não falar na morte justiceira de Jack Devlin, que nutrira uma obsessão homicida por ela...
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