quinta-feira, agosto 18, 2011

Documentário: JAMES COOK, EXPLORADOR DO PACÍFICO de Wain Fimeri, Paul Rudd e Matthew Thomason


James Cook foi um dos heróis da minha adolescência, porventura com uma quota parte de responsabilidade na opção pela marinha mercante durante uma parte significativa da minha vida.
A leitura das suas três expedições  aos mares austrais do Pacífico deram-me o gosto pelo exotismo, que fundamentou uma opção aventureira, quando se tratou de escolher  uma carreira profissional.
Tantos anos passados a oportunidade de regressar a essa biografia através dos quatro episódios recentemente transmitidos pelo canal ARTE, permitiu o regresso a um certo sabor a busca dos tempos perdidos.
O primeiro episódio intitula-se «Um tipo sem história» e traça o percurso dos primeiros 39 anos de vida do explorador antes de se iniciar a primeira das suas viagens míticas, que expandiram as fronteiras do Império Britânico até aos confins do planeta.
Quase dois séculos e meio passados a personalidade de Cook continua a prestar-se a grande polémica: era um herói ou um bandido?
Os detractores qualificam-no como o exemplo lapidar da brutalidade colonialista, mas as cartas escritas à sua mulher Elizabeth Cook e que ela queimou antes de se finar aos 93 anos, depois de longas décadas de viuvez, poderiam porventura dar uma outra versão desse carácter…
O seu nascimento aconteceu numa pobre família, que trabalhava para proprietários rurais. Um deles reconheceria no miúdo de oito anos, que escalava as colinas para ter uma visão de conjunto da paisagem, o talento invulgar para um camponês e dispõe-se a financiar a sua educação.
Ao tornar-se aprendiz de um merceeiro numa  aldeia costeira, James ganha um súbito desejo de se tornar marinheiro, o que o leva a empregar-se junto de uma família quaker possuidora de barcos de carga de carvão, aonde ele irá singrar como grumete.
Em 1755 junta-se à Royal Navy vendo nela a oportunidade de fazer fortuna. E, em dois anos, chega a contramestre…
O grande momento da sua vida acontece anos depois, quando já tem 29 anos e participa na guerra franco-inglesa, que decidirá quem ficará com a Nova França (Canadá). Será aí que descobrirá utensílios de cartografia muito mais precisos do que os conhecidos até aí. E essa arte passará a ser a sua, revelando a sua tendência para a meticulosa identificação dos pormenores.
Será essa formação de cartógrafo, que o ajudará a ter sucesso na sua futura carreira de navegador.
Ao voltar para Londres, conhece, e casa ao fim de oito semanas, com Elizabeth, de quem terá seis filhos. Nos anos seguintes cumprirá a rotina de passar os Verões no Canadá para, a mando do rei, cartografar a Terra Nova e os Invernos em Londres a desenhar os mapas correspondentes.
Chegamos a 1758 e esse será o ano decisivo na sua fama futura: como o planeta Vénus transitará à frente do Sol, os astrónomos ingleses vêem aí a oportunidade para calcularem rigorosamente a distância da Terra à sua estrela mais próxima.
Convocado ao Almirantado, James Cook é convidado a liderar essa expedição, promovido ao posto de tenente. Sem saber que o espera uma missão secreta a ela associada: descobrir o mítico continente austral, recheado de inimagináveis riquezas.
O Endeavour, nome do cargueiro, que lhe é destinado, tem trinta e cinco metros de comprimento e a largura de um autocarro, nele se acotovelando uma centena de homens, entre os quais o rico Joseph Banks, que cultivava a botânica e a astronomia como hobbies e financiara a expedição com dez mil libras.
Em Agosto de 1768 o Endeavour parte para a sua viagem de três anos e, ciente dos riscos do escorbuto, o Capitão Cook impõe uma dieta á base do intragável choucrute a que nem sequer escapam os oficiais Demonstrava, através do exemplo, a capacidade de motivação da sua equipagem, característica que o revela como um eficiente condutor de homens...

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