Não recordo que os filmes da corrente «blaxploitation» tenham tido particular reconhecimento no Portugal pós-25 de Abril. O interesse das plateias cinematográficas andava então a derivar por estímulos completamente diferentes de pouco lhes interessando este tipo de filmes policiais de pequeno orçamento cujo maior interesse resultava numa inversão do habitual papel rácico dos protagonistas: em vez de um justiceiro branco contar-se-ia neles com um de raça negra.
Quentin Tarantino, que tanto prezou este tipo de filmes, viria a homenageá-los recorrendo a Pam Grier, a co-protagonista de muitos desses títulos.
Em Bucktown a intriga não poderia ser mais simples: existe uma cidade em que os polícias brancos detêm todo o poder, colhendo percentagens de todos os negócios aí existentes.
Vindo para o funeral do irmão Duke apercebe-se dessa realidade - que terá estado na origem dessa morte - e decide fazer justiça mediante a ajuda providencial de um amigo de infância, Roy, que ali desembarca com os seus capangas.
Só que, estes últimos não fazem a limpeza e desaparecem. Pelo contrário apossam-se do território dos anteriores ocupantes e ainda mais apertam o garrote no pescoço dos comerciantes.
O filme desenvolver-se-á, pois, em torno da libertação de Bucktown de todos os mafiosos, que a impedem de ser um sítio agradável para viver.
A realização é básica, equiparada a uma interpretação sem qualquer rasgo de genialidade. No fundo um entretenimento para plateias negras numa altura em que o cinema - acossado pela televisão - procurava rentabilidade em todos os nichos específicos de espectadores.
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