sexta-feira, outubro 21, 2011

Documentário: COMBATENTES DA SOMBRA (1) de Bernard George

Agora que os sobreviventes da Segunda Guerra Mundial estão aceleradamente a reduzirem-se em número e em lucidez para prestarem testemunho das suas vivências, ocorre uma verdadeira corrida contra relógio a resgatar o mais possível as suas incríveis experiências.
No caso de Bernard George o tema será o dos combatentes da sombra, ou seja, aqueles que não aceitaram a ocupação alemã e tudo fizeram para que, nos seus países, essa realidade fosse inflectida.
O primeiro episódio da série intitula-se «Os difíceis começos da Resistência entre 1939 e 1941» e inicia-se com as tranquilas imagens de Varsóvia em vésperas de ser fustigada pelo primeiro bombardeamento da  Luftwafte. Surgem então as imagens desses anciãos, que eram então crianças ou adolescentes atónitos com a surpresa instalada nos seus dias. É por eles que ficamos a saber da ilusão por que passavam os seus contemporâneos: tratar-se-ia de aguentar a invasão durante o Inverno já que, pela Primavera os ingleses e os franceses teriam virado a guerra a seu favor.
Ledo engano: na primavera de 1940 os alemães avançaram para a Noruega apossando-se da Dinamarca pelo caminho, contando para tal com a colaboração do rei, que colocou a polícia como força apoiante do exército nazi.
Na Noruega a colaboração do governo local, chefiado por Quisling, com o ocupante ainda se revestiu de um empenho mais chocante. Muitos dos noruegueses não se reviram desde a primeira hora com a traição inaceitável dos seus dirigentes.
Em Maio de 1940 chega a vez de Bélgica, Luxemburgo e Holanda conhecerem a mesma desdita, tanto mais que os panzer alemães só travam à sombra da Torre Eiffel. Nessa França opõem-se duas atitudes distintas: a de Pétain, de completo colaboracionismo com os antigos inimigos, e a de De Gaulle, que de Londres se passou a servir das ondas da BBC para incitar os compatriotas à luta  clandestina.
A vitória a ocidente liberta os nazis de escrúpulos a leste, aonde a sua política de extermínio das populações não arianas começa a implementar-se: os judeus de Varsóvia são desapossados dos seus bens e confinados ao pequeno bairro do gueto de Varsóvia aonde a fome e as epidemias de tifo provocam inúmeras mortes.
Se a Resistência se limita então a pequenas sabotagens, a mais mediática acabou por ser a empreendida por jovens gregos para quem a suástica desfraldada na Acrópole constituía uma afronta inaceitável.
Retirá-la e rasgá-la constituiu assim um acto de contestação, que ainda hoje orgulha quem em tal operação participou.


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