Continuamos a acompanhar Mark Twain por Paris, levando-nos ele a sítios ainda por visitar. O Cemitério do Père Lachaise, por exemplo, que lhe dá o ensejo de desmontar por completo o mito amorosos de Heloísa e de Abelardo, apresentando-se este como o cobardolas de comportamento execrável. Ou os Trianon de Versalhes onde Luís XIV e a sua Mme Maintenon nem se davam ao trabalho de se vestirem para tomarem o pequeno-almoço.
Ambígua é a apreciação de Twain a respeito de Napoleão III, que governava então a França, e que ele via desfilar pelas ruas parisienses, acompanhado do sultão turco. Não lhe desculpa a armadilha a que sujeitara o seu primo Maximiliano, que acabaria fuzilado por essa altura num México aonde nunca se conseguiria impor como imperador, mas admira-lhe a forma como previne revoluções ao demolir bairros labirínticos, ideais para conspirações, e substituindo-os por avenidas largas, recortadas a compasso, para permitir futuras investidas da Artilharia contra potenciais contestatários…
Não se esperaria de Twain um comportamento progressista, mas também não havia necessidade em se congratular com eventuais repressões de quem trata depreciativamente por populaça.
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