quarta-feira, dezembro 15, 2010

«OS NÁUFRAGOS DA ILHA TROMELIN» de IRÈNE FRAIN (4)

Quando se não tem outra solução, pensa-se no impossível. É por isso, que tão só instalados numa pequena ilhota com alimentos e água insuficientes para a centena de sobreviventes do navio «L’Utile», estes vêem o seu novo comandante, Castellan  - que tomou naturalmente o lugar do enlouquecido Lafargue - a congeminar a possibilidade de construir um novo navio recorrendo para tal aos destroços do que encalhara nos recifes.
Não é uma ideia motivadora para a maioria dos náufragos, sobretudo para os brancos, mas Castellan, o cronista Keraudic ou o médico Herga, têm a plena noção de se tratar da única coisa a fazer. Mesmo que Castellan sofra de sucessivos ataques de pânico motivados pela pouca confiança nos seus dotes de construtor naval. Será que, em vez de um novo navio, estará a construir o seu próprio caixão?
O que  surge como evidente a um numero progressivo de sobreviventes, quer de um lado, quer do outro, é que a cor da pele pouco importa, quando se trata de unir esforços para encontrar uma saída para o impasse em que se vêem.

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