terça-feira, dezembro 14, 2010

Filme: ENTRE DOIS MUNDOS de Marc Haenecke (2010)

O que sentirão os doentes, que são mergulhados num coma induzido após operações delicadas aos seus cérebros.
Acompanhando durante sete meses a evolução de Werner e de Karin num hospital e numa clínica de reabilitação de Augsburgo, na Alemanha, é-se forçado a reconhecer a tremenda capacidade do corpo humano para recuperar das mais graves lesões e a dedicação afectuosa de terapeutas profissionais capazes de criarem verdadeiros milagres.
Quer Werner, quer Karin eram professores, mas de gerações bastante diferentes. Ele já é um sexagenário, que um dia é encontrado pela mulher logo após um acidente vascular cerebral. Karin, pelo contrário, ainda é bastante jovem e foi acometida de um tumor no cérebro.
Um e outro ficam reduzidos a quase um estado vegetativo de onde quase não se acredita poder-se regressar. E, no entanto, pelo seu querer íntimo, mas também com o apoio afectivo dos seus familiares mais próximos, um e outro conseguirão uma recuperação inacreditável, mesmo que incompleta.
Mas o filme de hora e meia também não deixa de fustigar a Segurança Social alemã, que olha de forma economicista para cada um destes casos humanos e chega a retirar apoio à reabilitação de Karin.
Se se pode equacionar por este exemplo as vantagens e as desvantagens de um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito, as conclusões finais só poderão ser as de contrariar os projectos neoliberais da direita portuguesa.

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