domingo, agosto 10, 2008

A VACUIDADE DOS ANTICHINESES MILITANTES

O artigo de Orville Schell publicado no The New York Review of Books, e agora traduzida na edição dominical do Público, é bastante elucidativo sobre o estado das idiossincrasias chinesas neste momento de exaltação nacionalista relacionado com os Jogos Olímpicos. Sobretudo, porque explica a vacuidade dos esforços de alguns activistas tontos, apostados em campanhas pró-Tibete ou pró-Direitos Humanos (embora se preocupem muito pouco com os mesmos objectivos nas sociedades ocidentais donde emergem!), que só conseguem aumentar a ligação dos chineses ao seu Governo.
Não foi preciso ter vivido em Xangai durante mês e meio em 1998 para sentir uma profunda admiração por esse povo extremamente voluntarioso, capaz de mover montanhas para chegar aos seus objectivos. Características muito preferíveis às desses monges oportunistas, liderados pelo Dalai Lama, e que aproveitando crenças religiosas, levam pobres camponeses a partilharem com eles o exíguo resultado do seu labor.
Entre os dirigentes chineses e esse sacerdote budista, a minha simpatia vai indubitavelmente para os primeiros. Não por serem comunistas que, decerto, não são. Mas, sobretudo por terem tido a arte de conjugar os vastíssimos milhões de pessoas para um objectivo fundamental: o de conseguirem melhorar de forma significativa os seus padrões de consumo mediante um crescimento económico capaz de atemorizar seriamente os ocidentais.
Os Jogos Olímpicos, que estão a decorrer, confirmam o sucesso de um país, capaz de reinventar uma antiga citação de Mão Zedong: ao suscitar uma Grande Desordem debaixo dos céus, a China está a subverter os fundamentos do capitalismo ocidental. E isso é excelente: talvez se assista ao nascimento de algo de novo. De revolucionário!

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