É cada vez mais notória a decepção de muitos comentadores políticos de direita em relação à estratégia comunicacional assumida pela actual Presidente do PSD.
Reconheça-se a esta uma qualidade: depois do populismo das anteriores direcções do Partido, há que considerar higiénica esta forma de estar na política, muito embora as tentações de demagogia já espreitem, como agora sucedeu com o pedido de demissão do Ministro da Administração Interna por causa de alguns casos de polícia, particularmente enfatizados pelos media a contas com a falta de notícias desta silly season.
Mas, mais do que tal poupança de palavras, o que desnorteia nesta direcção do maior partido da Oposição é o quão contraditórios se revelam os seus valores, quando têm a palavra quem a representa.
Afinal que PSD é este? Defende a Regionalização, como a reivindica Rui Rio? É pela privatização da Caixa Geral de Depósitos como propõe António Borges? Ou é contra uma e outra como parece ser a visão da líder?
A ideia, que este PSD dá é que não sabe o que quer. Pode dizer uma coisa e o seu contrário, de acordo com quem em seu nome se exprime.
Não se trata, pois, de discursos insuficientes, mas de propostas coerentes, o que mais lhe falta. E quando, pelo contrário, o partido do Governo parece saber bem por onde quer ir e que objectivos pretende alcançar, o que mais surpreenderá é se a maioria eleitoral em 2009 não for ainda mais absoluta do que a verificada nas últimas legislativas...
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