quarta-feira, janeiro 09, 2019

(DIM) «Destination Lune. Les anciens nazis de la Nasa» de Jens Nicolai(2018)


Estava à beira de fazer treze anos, quando passei dias jubilosos a acompanhar a viagem da Apollo 11 à Lua e o regresso à Terra, guiando-me pelos comentários abundantes de Eurico da Fonseca.
Os heróis do momento eram Neal Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, mas não se omitia a importância que o manda-chuva da NASA, Werner von Braun, tivera no sucesso da missão.
Nessa época ainda nada sabia do passado nazi deste último personagem, que só depois viria a ser abundantemente referido. Nem muito menos da participação ativa de dezenas de cientistas recolhidos pelo exército norte-americano em Peenemünde em 1945 para que trocassem a fidelidade a Hitler por idêntica subordinação aos interesses do Tio Sam.
«Destination Lune. Les anciens nazis de la Nasa» é um interessante documentário assinado por Jens Nicolai, datado de 2018, em que se exploram as ligações comprometedoras da agência espacial norte-americana com os cientistas do III Reich.
Durante a Segunda Guerra Mundial eles tinham propiciado a Hitler as inovações militares, que asseguraram a superioridade nazi durante os primeiros três anos do conflito e devera-se-lhes, igualmente, os mortíferos ataques a Londres com os mísseis V-2, nos quais se preparava a instalação de ogivas nucleares, que pudessem reverter a vitória final para quem não tardaria a ver-se merecidamente derrotado.
Para além de Von Braun, que tivera elevada patente militar no exército alemão, ou de Arthur Rudolph, que recorrera a trabalho forçado de prisioneiros dos campos de concentração para manter oleada a indústria militar nazi, a NASA também se socorreu de Hubertur Strughold, que seria determinante pelos seus estudos do comportamento humano no espaço, mas matara dezenas de prisioneiros como cobaias nos seus ensaios sobre a possível resistência dos pilotos da Luftwaffe a elevadas altitudes ou à hipotermia, que teriam justificado o seu julgamento como criminoso de guerra.
E, no entanto, a conclusão retirada das entrevistas e do material de arquivo utilizado neste filme é óbvia: não tivesse contado com os cientistas nazis e nunca a NASA venceria o desafio lançado por Kennedy em 1961 para que fizesse chegar uma das suas tripulações à Lua antes da década acabar.

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