quarta-feira, janeiro 06, 2016

DIÁRIO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO: A Viagem dos Cem Passos

À exceção de «Chocolate» não me lembro de ter conseguido reter na memória quantos filmes de Lasse Hallstrom vi.
A História do Cinema está cheia de tarimbeiros deste quilate, responsáveis por filmes, que lembram uma velha publicidade sobre os comprimidos Melhoral. Não fazem bem, nem fazem mal… mesmo quando contam com uma respeitável atriz da dimensão de Helen Mirren.
O resumo de «A Viagem dos Cem Passos» esclarece tudo sobre este filmezinho de 2014, produzido por Steven Spielberg e Oprah Winfrey: quando lhe morre a mãe, um jovem cozinheiro indiano e toda a sua tribo mudam-se para a Europa, onde anseiam por encontrar um sítio aprazível onde sobreviver.
Como o carro lhes avaria na aldeia de Saint-Antonin-Noble-Val, no sul da França, eles decidem assumir o sucedido como um sinal de ser ali o melhor sítio para se radicarem e abrirem um novo restaurante.
O problema é terem em frente o prestigiado «Le Saule Pleureur», reconhecido com uma estrela Michelin pela excelência da gastronomia oferecida por Mme Mallory.
Adivinha-se a lógica do argumento: decidida a acabar com a concorrência à partida, a cozinheira e proprietária do restaurante de cozinha francesa não se poupa nos golpes baixos, nas manigâncias de má vizinhança.
Mas, como estamos no universo cor-de-rosa, Hassan apaixona-se por Marguerite, a subchefe de Mme Mallory e, ao mesmo tempo, pela gastronomia gaulesa, que começa a fundir com a sua.
Os resultados são tão avassaladores, que o final acaba num happy end: não só Mme Mallory o contrata para o seu estabelecimento, como une com ele forças para conquistarem uma segunda estrela Michelin.
O romance de Richard C. Morais prometia malícia, alegria na abordagem do choque de culturas, da mistura de diversas tradições e da importância dos valores nacionais, mas Hallstrom consegue entediar o mais paciente com as longas cenas em câmara lenta na cozinha de Hassan. E com uma miúda irritante, que brinca no espaço dos adultos, e é manifesto erro de casting.
Simpático e divertido, disseram alguns a propósito deste filme. Mas fica-me mais como a típica chiclete, que se mastiga e deita fora...

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