sábado, junho 11, 2011

Filme: O DISCURSO DO REI de Tom Hooper (2010)


No início do filme estamos em Wembley em 1925, aonde o Duque de York está incumbido pelo pai, o rei Jorge V, de pronunciar o discurso de encerramento da Exposição do Império. Mas a sua gaguez incontrolável transforma a tentativa num embaraçoso incidente. E, no entanto, ele sujeita-se aos mais diversos tratamentos, sempre com resultados frustrantes. O que o leva a anunciar à mulher a sua indisponibilidade para tentar mais o que quer que seja.
Mas a duquesa Isabel não desiste e consegue levá-lo ao decrépito consultório de um australiano conhecido pelas suas práticas heterodoxas, embora bem sucedidas.
A relação entre Lionel Logue e o seu paciente será sempre tensa, porquanto ele exigirá uma igualdade efectiva entre ambos naquele espaço.
No Natal de 1934, adivinhando as dificuldades que adviriam para a Coroa do comportamento problemático do Príncipe de Gales - mormente a sua peculiar tendência para se envolver afectivamente com mulheres casadas - o rei Jorge V tenta convencer o filho mais novo a falar aos súbditos pelo microfone.
Adivinha-se que Bertie anda dividido entre a tentação do trono e a lealdade ao irmão, mas a incapacidade em discursar em público constitui dificuldade maior para se deixar tentar pela primeira dessas alternativas.
A Lionel ele impõe outro limite: aonde aquele buscava em qualquer trauma do passado uma razão para o distúrbio de fala, ele exige a restrita intervenção nos mecanismos mecânicos da voz.
Em 1936 Jorge VI morre e David torna-se o seu sucessor sob o nome de Eduardo VIII. Por agora desviado do seu destino, Bertie reconhece o quanto foi tão castigado em criança por ser canhoto ou por outras situações de desajuste em relação ao austero padrão comportamental tolerado pelo pai.
Mas o escândalo em torno da relação do irmão com uma divorciada norte-americana (Wallis Simpson) vai tornando inexorável a sua coroação. Tanto mais que a Corte fervilha de conspirações em seu favor lideradas por Churchill.
Esse ano de 1936 conclui-se com a abdicação do Príncipe de Gales da sua função real e a nomeação do Duque para a assumir. Com Lionel na tribuna real como se se tratasse de um conhecimento facilmente descartável.
Está, entretanto, iminente a guerra com Hitler e Jorge VI tem de passar pela provação de discursar pela rádio a todos os seus súbditos. Guiado pela direcção de Lionel o resultado é esplêndido sendo visto como um discurso mobilizador capaz de unir todo o povo britânico em torno da sua bandeira e dos seus símbolos mais representativos...

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