Teatro Kirov em Leninegrado.
Em 1977, estava a União Soviética ainda exuberante no seu poderio imperial, quando um jovem osseta, chegado anos antes do seu Cáucaso natal para aí aprender piano, ascende à condição de maestro assistente da prestigiada instituição. Ele tinha 24 anos e chamava-se Valery Gergiev
Hoje, tantos anos volvidos, ele é o maestro principal, o director geral e o director artístico, mesmo que o país tenha mudado de nome e o teatro em si o tivesse igualmente feito, passando a ser o Marinski.
Responsável pelas centenas de músicos, bailarinos, técnicos e demais trabalhadores, o quotidiano de Gergiev é frenético. Até por ser chamado a resolver questões manifestamente desajustadas à relevância das suas responsabilidades como é o caso da afinação de um piano ou o local aonde o instalar.
Mas esse labor é assumido com entusiasmo, porque é fruto de uma completa devoção à instituição. até porque, de vez em quando, há algo a surpreendê-lo e a ter a sensação de contribuir para algo de único. Como sucedeu em 1994, quando descobriu o talento da cantora Anna Netrebko.
O documentário acompanha os seus passos, que não se limitam à sala de espectáculos da antiga cidade de Leninegrado, mas também nas suas frequentes viagens ao estrangeiro, ora enquanto maestro convidado de outras orquestras, ora para sensibilizar os seus mecenas quanto às vantagens de se associarem à preservação da grande ópera russa, tanto mais que o fim do comunismo implicou um desinvestimento progressivo na cultura...
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