Chris é um bailarino a viver as suas últimas horas de vida. Remetido á sua cama, muito enfraquecido, só os medicamentos o vão aliviando das dores.
Val, o amante, cuida dele e recebe a incumbência de ir a Amesterdão visitar o irmão, Luther, e contar-lhe esse transe. Pelo meio as conversas entre os dois evocam as viagens partilhadas e o que ainda poderiam ter vivido se a sida não se tivesse intrometido.
Passado apenas no quarto do moribundo e em planos muito aproximados, o filme de Cynthia Roberts insere-se na corrente do cinema underground americano em que vigora o hiper-realismo.
Era o tempo em que a sida causava uma verdadeira sangria nos meios artísticos norte-americanos. E, no caso de Chris existe a decisão de coreografar a sua própria morte, já que viverá essa derradeira refeição com Val e contará depois com a ajuda de um amigo médico para abreviar definitivamente o sofrimento.
Mas antes de entrar na última cena do seu espectáculo pessoal, ainda dança, deitado, um último bailado com a música do «Lamento de Dido», que Val fotografará para uma sua exposição futura.
Está, pois, também em causa o tema da eutanásia, abordado de forma compassiva para o que contribui a iluminação apenas conferida pela lâmpada da mesa de cabeceira.
Fica, igualmente, a curiosidade do actor principal, Ken McDougall, ter interpretado a sua própria tragédia pessoal com completa veracidade, já que morreria dessa doença quatro dias passados sobre o final das filmagens.
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