domingo, fevereiro 27, 2011

Livro: MARK TWAIN, «A VIAGEM DOS INOCENTES» (10)

Dobradas as quinhentas páginas do livro de reportagens de Mark Twain durante o cruzeiro mediterrânico de 1867, encontramo-lo na Palestina a compreender as diferenças entre as dimensões míticas  dos episódios e lugares descritos na Bíblia e a pálida constatação da realidade.
Forçoso é reconhecer que a idade tem dessas consequências. A relativização da importância do que, em jovens, empolávamos à medida da nossa inconsciência.
Fiquemos, então, com um trecho elucidativo dessa constatação por parte do autor de «Tom Sawyer»:
Acho que fiquei um pouco espantado quando descobri que o sultão da Turquia era um homem de estatura mediana. Devo tentar reduzir a minha noção da Palestina a um formato mais razoável. Na mocidade, adquirimos às vezes impressões desmesuradas contra as quais temos de passar a vida a lutar. (…) As monarquias dos trinta «reis», que Josué destruiu numa das suas famosas campanhas, só cobriam, todas juntas, uma área mais ou menos do tamanho de quatro condados de tamanho normal. O pobre xeque idoso que vimos em Cesareia de Filipe, com a sua banda de sequazes maltrapilhos, seria um «rei» nesses tempos antigos. (pág. 502-503)

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