domingo, fevereiro 27, 2011

Filme: KEN NAKAI, «O ÚLTIMO QUARTO DA LUA»

Existem muitas razões para afirmar que existe um enorme abismo entre nós e os japoneses. Como se fôssemos oriundos de planetas completamente diferentes.
Uma dessas razões é a cultura manga, por muito que a juventude ocidental se esteja a deixar seduzir por aquilo de que se fundamenta. Mas, para quem por ela ainda se não deixou contaminar, um filme como este não deixa de se revelar algo de muito estranho.
A  protagonista é Misuki, que vive uma festa de 19º aniversário, que vai da felicidade plena ao seu contrário. Precisamente quando a melhor amiga mostra uma fotografia de cumplicidade amorosa entre si e Tomoki, o namorado que lhe prometera uma fidelidade absoluta.
Ferida nos sentimentos, Misuki vagueia pela noite e é atraída por uma casa gótica donde soa uma música familiar. Quem a toca é Adam, um antigo cantor de sucesso morto dezanove anos atrás, de suicídio ou de acidente, logo após a perda irremediável da namorada, Sayaka.
Misuki acaba por ficar em coma depois de um atropelamento e é nesse limbo, que se divide entre a tentação de reencarnar essa Sayaka, acompanhando Adam para o céu, ou voltar à vida, recuperando a relação com Tomoki. Este esforça-se por a levar a optar pela segunda possibilidade, contando para tal com a ajuda de dois alunos de liceu com capacidades mediúnicas assaz desenvolvidas.
A história, surgida primeiro numa manga assinada por Ai Yazawa, foi desenvolvida para servir de oportunidade de sucesso para alguns dos principais actores japoneses da actualidade, ainda que quase desconhecidos neste lado do planeta.
Trata-se em definitivo de um filme para adolescentes, com a diferença de substituir a moda dos vampiros por aqui reinante pela dos fantasmas.
Com um happy end, que sossega as inquietações de uma geração cujos problemas de adaptação à mudança muito pouco devem a ter com a mistificação quanto ao que se seguirá ou não à própria morte.

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