Ada e Carlos estão casados há mais de vinte anos e a relação entre ambos está longe dos seus melhores dias. Sobretudo, quando Carlos, até aí avesso às modernices dos telemóveis, descobre uma mensagem amorosa do amante dela, um jovem escritor angolano crismado de Manuel B.
Monogâmico por natureza, Carlos irá à procura desse rival de quem se acabará por tornar amigo, ao mesmo tempo que Ada se vai distanciando, condenada a uma solidão pressentida como uma espécie de castigo.
Fernando Lopes volta a temas recorrentes da sua filmografia (a impossibilidade do Amor, o distanciamento de valores e de gostos por duas pessoas à beira da definitiva separação) contando com interpretações de actores habituais na sua obra, á excepção do pintor Julião Sarmento, aqui a interpretar o personagem Costa, o amigo em cuja casa o preterido Carlos irá encontrar provisório abrigo.
Singelo no seu desenvolvimento, o filme explicita a competência de um realizador, que não abdica das suas evidentes referências cinéfilas (de Godard a Méliés). Ao som dos inevitáveis boleros regados a bom whisky...
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