Em noite de temporal umas dezenas largas de melómanos semi-lotaram o Grande Auditório do CCB para mais um concerto da Orquestra de Câmara Portuguesa dirigida pelo maestro Pedro Carneiro.
O programa incluía o Concerto para Violino e Orquestra em Ré Maior, op.61, de Beethoven e a Snfonia nº2, em Ré Maior, de Johannes Brahms.
Muito embora o público não tenha regateado aplausos ao desempenho dos intérpretes, este concerto esteve muito distante de algo de memorável.
Na primeira obra o solista era o violinista Adrian Florescu, que costumamos ver integrado em algumas das orquestras nacionais e depressa se concluiu que ele se ajusta muito mais a tal condição do que à de destaque assim momentaneamente atribuído. A sua competência técnica é evidente, mas não corresponde à mestria de um qualquer intérprete talentoso. E o próprio instrumento não terá favorecido a interpretação, apresentando algumas desafinações bem perceptíveis.
A segunda parte foi melhor com uma orquestra sintonizada com as orientações de Pedro Carneiro, que será, nesta altura, um dos mais interessantes maestros em actividade no nosso país.
Pena foi que esta segunda parte do concerto fosse dedicada a Brahms. Porque, muito embora haja bastantes apreciadores da música dele, é evidente a sua limitada capacidade de inovar, preferindo situar-se na continuidade dos génios da geração anterior. O que fará concluir pela sua essência conservadora no que ao percurso artístico diz respeito. Bem podia ele exceder-se em tonitruantes percussões ou em vibrantes sopros, que o resultado definitivo acaba por não ser o de uma empatia.
Mas, pesem embora tais limitações, a Orquestra de Câmara Portuguesa lá vai dando continuidade ao seu projecto, que ganha solidez e cativa simpatias muito por conta da extrema juventude da maioria dos seus músicos.
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