De todos os filmes quantos os que, actualmente, se exibem nos ecrãs lisboetas, um dos mais interessantes será este título de Jacques Rivette. Oportunidade para confirmar o seu tema recorrente: as ambiguidades das formas de representação assumidas por actores e actrizes capazes de seduzirem.
No caso deste filme não é o teatro em si, mas um velho circo ambulante para onde regressa uma designer parisiense numa espécie de regresso do filho pródigo decidido a reencontrar a sua perdida identidade. Levando consigo um italiano do tipo galã, que a ajudara, quando o carro se lhe avariara na estrada.
O circo em causa nada tem do aparato tecnológico hoje dominante e por isso arrasta consigo o sinal de uma decadência, que cativa tão exíguo número de espectadores. Apesar de uma fidelidade inquebrantável por uma forma quase artesanal de apresentar o seu mundo de ilusões e de máscaras.
Como diz dele o crítico João Lopes o que mais conta é a capacidade de preservar uma dimensão romanesca do cinema, céptica em relação aos romantismos, mas sensível ao poder cristalino dos corpos e das palavras, das imagens e dos sons.
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