domingo, outubro 24, 2010

Filme: 36 VISTAS DO MONTE SAINT LOUP de Jacques Rivette

De todos os filmes quantos os que, actualmente, se exibem nos ecrãs lisboetas, um dos mais interessantes será este título de Jacques Rivette. Oportunidade para confirmar o seu tema recorrente: as ambiguidades das formas de representação assumidas por actores e actrizes capazes de seduzirem.
No caso deste filme não é o teatro em si, mas um velho circo ambulante para onde regressa uma designer parisiense numa espécie de regresso do filho pródigo decidido a reencontrar a sua perdida identidade. Levando consigo um italiano do tipo galã, que a ajudara, quando o carro se lhe avariara na estrada.
O circo em causa nada tem do aparato tecnológico hoje dominante e por isso arrasta consigo o sinal de uma decadência, que cativa tão exíguo número de espectadores. Apesar de uma fidelidade inquebrantável por uma forma quase artesanal de apresentar  o seu mundo de ilusões e de máscaras.
Como diz dele o crítico João Lopes o que mais conta é a capacidade de preservar uma dimensão romanesca do cinema, céptica em relação aos romantismos, mas sensível ao poder cristalino dos corpos e das palavras, das imagens e dos sons.

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