Em 1993, quando se trata de regressar à Ásia após umas férias na Ruropa, Tiziano Terzani aposta num navio como meio de transporte. O «Trieste» é um porta-contentores italiano, que não tardará a ser vendido a um armador da época global, ou seja dos que substituem as tripulações de origem do navio por outras mais baratas oriundas de países asiáticos.
Ele testemunha, assim, o fim de uma época, que também eu vi desaparecer. Enquanto marinheiro, que perdeu as graças do mar, sou um digno representante desse passado definitivamente empurrado para as brumas do olvidado. Quando os navios representavam a aventura, o exotismo dos pontos distantes, a garantia de titânicos combates com os elementos.
Hoje a marinha mercante é um negócio intensivo e as estadias em porto reduzidas a quase nada.
Nesse sentido terei igualmente presenciado o fim de uma forma de encarar a vida. Não no que ela pode ser rica em experiências, mas no quantos euros ou dólares poderão embolsar quem com tal actividade lucra.
Sem comentários:
Enviar um comentário