Pobre rouxinol o desta história trágica de Oscar Wilde: embora goste tanto da vida, aceita morrer com um espinho cravado no coração para que o seu canto e o seu sangue produzam o milagre da mais bela das rosas vermelhas criadas ao luar. Será essa a flor através da qual um pobre estudante acredita chegar ao coração da sua amada a quem sonha levar ao baile da noite seguinte.
Mas à rosa tão arduamente criada ela preferirá as jóias do sobrinho do camareiro a quem efectivamente acompanhará no evento dessa noite.
A rosa acaba esmagada pelo rodado de um carro na poça de água para onde o desiludido estudante a atirara, concluindo: que coisa estúpida é o amor. (…) De nada serve a lógica, porque nada prova: conta-nos sempre coisas que nunca sucederão e faz-nos acreditar em coisas que não são verdadeiras.
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