Para a generalidade do público europeu, um filme como «Green Zone» é desnecessário: poucos duvidarão, que a Administração Bush quis uma guerra com o Iraque de Saddam Hussein para aí impor uma marionete ao seu gosto. Que lhe facilitasse nomeadamente o domínio do mercado internacional do petróleo. Por isso nunca o Pentágono aceitaria as provas em como Saddam já encerrara o seu programa de armas de destruição maciça desde 1991. E forjaria as que fossem necessárias para convencer Blair, Aznar e Barroso da genuinidade das suas teses.
Para os norte-americanos, que aprendem a sua história através dos filmes de Hollywood, já o filme assume outra dimensão. Porque desmente o facto de a realidade ser muito diferente da apresentada pelos seus líderes políticos, não se explicando na visão primária, maniqueísta, desses líderes.

Nesta história, passada em 2003, a CIA e o Pentágono têm visões opostas sobre as armas apocalípticas de Saddam e sobre o papel dos militares no pós-guerra e um sargento encarregado de descobrir as primeiras vai perder, pouco a pouco, as ilusões sobre a honestidade de quem lidera a condução dos acontecimentos… E o final é suficientemente aberto para aventar a possibilidade de o poder informativo da imprensa se deixar corromper facilmente pelo que o poder político lhe quer transmitir!
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