A Sinfonia nº 80 em ré menor, já que é dela que se trata, acaba, no entanto, por ter um interesse significativo na obra do compositor. Porque, se nos dez anos anteriores, Haydn aligeirara as suas composições depois de ter dado largas aos excessos emotivos do «sturm und drang», nesta sinfonia, e logo no seu começo, encontramos uma agitação febril, quase verdiana. Teria ela algo a ver com a agitada vida amorosa do compositor, então ainda a viver a relação extraconjugal com a pouco talentosa cantora de ópera Luigia Polzelli, que, a exemplo do amante, fora contratada juntamente com o seu legítimo violinista para abrilhantar os espectáculos musicais da família Esterhazy no seu célebre palácio?
Ou teria a ver com as turbulentas relações conjugais com Maria Anna Keller, quando se aproximavam as bodas de prata de uma união infeliz, já que marcada pela preferência inicial de Haydn pela sua mais jovem cunhada Theresa, enviada a contragosto para um convento?Fosse qual fosse a razão do dramatismo desta sinfonia ela espelha bem o género romântico tão caro ao compositor.
Sem comentários:
Enviar um comentário