No seu site, os Artistas Unidos descrevem assim o tema da sua peça agora estreada no CCB:
Uma mulher, Ana, e um homem, Paulo, em casa, num dia de descanso. Ele, apesar de tudo, irrequieto, parece que assustado, não se sabe ao certo com o quê. Ela resolve fazer um chá que o acalme mas quando voltar a entrar encontrará já outro homem, um que vem de trás, de outro tempo. E o tempo, motor de Ana, continuará a baralhar à medida que formos avançando pelos Três Dias que fazem por estruturar uma narrativa que se estilhaça e abre.
Para o final, uma mulher sozinha, chamando pelo seu próprio nome, à procura de alguém ao seu lado que justifique a existência.
No programa, que apoia a apresentação da peça, diz-se que nada se compreende de facto se se perceber o que se passa em palco. E, de facto, a obra de João Maria Vieira Mendes mistura tempos e personagens para dar dos homens uma imagem timorata perante os que se passa lá fora ou insegura perante uma mulher passível de se converter numa infiel.
Por seu lado a mulher é a figura terna, compreensiva, que busca resistir a todos os obstáculos interpostos na relação amorosa, mesmo que inevitavelmente condenada. Aonde ela se sente, de facto, insegura, é perante a filha, que se prepara para cortar definitivamente as amarras.
O cenário é básico, a representação escorreita destacando-se Sylvie Rocha no papel principal. Mas convenhamos que este é o tipo de peça que começa a desajustar-se de um tempo presente. Porque virada para o umbigo dos personagens em vez de questionar e sugerir caminhos para o que os rodeia. Nesse sentido pode-se considerar que rapidamente se esquecerá este trabalho por muito que ele se dê ao respeito próprio de quem honestamente o construiu.
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