Qual deverá ser o discurso adequado de um governante perante os seus concidadãos?
Ao chegar ao Governo, Durão Barroso assustou o país com o seu discurso da tanga. Pelo contrário, e até muito recentemente, José Sócrates suscitou muitos comentários negativos em diversos opinadores profissionais dos media com uma visão cor-de-rosa do país. Numa crónica muito interessante surgida no «Diário de Notícias», Manuel Maria Carrilho escreve:
«Como reagir em tempo de crise? Esta é, sem dúvida, uma das questões mais difíceis que se colocam aos políticos. Se optarem pelo dramatismo, serão responsabilizados por terem amplificado a crise e dificultado a sua solução. Se preferirem a tranquilidade serão acusados de irresponsabilidade e de não terem atalhado as coisas a tempo.
É nestes momentos que se percebe que a política é, em grande medida, uma arte. E esta arte (…) implica (…) que se assuma a acção política em duas vertentes fundamentais. Por um lado, na consciência de que, em contextos de alta contingência, a acção tem quase sempre mais consequências do que as que foram previstas.»
E esta constatação é que separa um político como José Sócrates da sua oposicionista Manuela Ferreira Leite: enquanto esta parece linear no seu discurso miserabilista e preconceituosa quando a questionam sobre as grandes mudanças civilizacionais, o primeiro está atento ao que está permanentemente a mudar à sua volta, procurando antecipar as suas propostas ao que serão os requisitos impostos pelo que se tornará o mundo muito em breve. E daí que, enquanto uma se preocupa com os efeitos do presente, o primeiro-ministro tenta ver mais longe. Procurando favorecer o que nele se revelará mais adequado para os cidadãos.
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