domingo, setembro 02, 2007

Um folhetim que tarda em acabar...

Na edição de 1 de Setembro de 2007, o «Público» volta a dar voz à Drª Dalila Rodrigues para, em página inteira, retomar os seus já conhecidos argumentos a respeito da política cultural do actual Governo para os museus portugueses.
Depois de Vasco Pulido Valente ter sido tão frontal na forma como considerou justificada a sua não renovação da comissão de serviço à frente do Museu Nacional de Arte Antiga, corroborada por posição similar do Dr. Pacheco Pereira no Blog «Abrupto», e sem contar com a esclarecedora missiva do Dr. Luís Raposo a respeito dos indicadores de desempenho dos principais museus de Lisboa, julgariamos que as opções editoriais do jornal catalogassem de não notícia esta tentativa de ressuscitar o que já está morto e enterrado.
Não é, porém, assim! E lá nos deparamos com os queixumes de quem não entende que a definição das políticas cabe a quem foi eleito para tal e, goste ou não goste, delas caber-lhe-ia como Directora de um Museu tutelado pelo Estado, cumprir essas orientações.
Ao prestar-se ao Carnaval mediático, que meteu mini-manifestações e mini-comícios, a Drª Dalila Rodrigues demonstrou sobejas qualidades para se promover num, razoavelmente bem sucedido, marketing pessoal, mas violou flagrantemente o Código do Trabalho.
Em qualquer empresa privada um director que se insurgisse contra as orientações do Conselho de Administração não conheceria outro destino que não fosse o do Dr. Paulo Teixeira Pinto à frente do BCP. O que ela não se privou de fazer durante meses a fio e em sucessivas ocasiões foi a contestação à tutela a quem deveria sempre lealdade e acatamento de orientações.
Se tivesse a verticalidade do ex-presidente da Comissão Executiva do referido Banco, a Drª Dalila Rodrigues ter-se-ia demitido, ganhando então legitimidade para contestar, de fora, o que em seu entender está a constituir uma política errada. Não foi essa a sua opção: pelos vistos pretendia manter o seu prestigiado lugar e cultivar a sua imagem pessoal numa contínua acção de sabotagem.
A decisão do Governo é, pois, lógica e não poderia tomar outra configuração. A não ser na cabeça da visada e dos seus reduzidos apoiantes...
Mas, neste enquadramento, porque se insiste em querer transformar num escândalo o que não é senão um mero «fait divers» no seio de uma organização, apenas pelo facto dele ocorrer no sector público?
É tempo de a Drª Dalila Rodrigues regressar ao anonimato donde nunca mereceria ter saído...

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