domingo, setembro 16, 2007

«MAGNOLIA» de Paul Thomas Anderson

É um regresso a um filme de 1999, que muito me agradou na época.
Estava, por exemplo, esquecido do início, quando diversas coincidências levam a pensar que elas não ocorrem apenas nos livros de Paul Auster: o operador de casino e mergulhador nas horas livres, que acaba na copa de uma árvore, depois de retirado das profundezas pelo avião de combate ao fogo reabastecida no lago adjacente e pilotada pelo jogador com quem se indispusera na antevéspera. Ou o suicida, que acaba assassinado pela própria mãe, quando esta dispara contra o marido numa discussão em que utiliza a espingarda por ele carregada…
Depois há toda aquela gente infeliz: Julianne Moore é Linda Partridge, a desorientada esposa de um moribundo (Jason Robards)remetido a uma cama de hospital; William H. Macy é Donnie Smith, que ainda vive do seu prestigio enquanto criança maravilha dos concursos televisivos e, hoje, incapaz de segurar um emprego ou de agarrar um amante; John C. Reilly é Jim Kurring, o polícia solitário, que ambiciona fazer algo de bom em cada dia, embora saiba quão difíceis são as cenas de vida com que se depara, quando o enviam a alguma morada específica; Tom Cruise é Frank Mackey, o misógino, que ganha a vida em conferências para solteiros a contas com vidas afectivas miseráveis e a quem ensina a destratar as potenciais parceiras; Philip Baker Hall é o apresentador de televisão, a quem a notícia de um cancro convence a procurar a filha perdida nos meandros da cidade; Philip Seymour Hoffman é o enfermeiro, que engana a solidão com o consumo obsessivo de revistas eróticas.
Depois, há tantos outros personagens, que vão cruzando os anteriores e em quem se pressente o mesmo desespero, a mesma tensão…
É claro que o filme é sobre a redenção: cada um irá encontrar as vias para sair do seu estado de perturbação actual e partir para novos projectos de vida, para outros equilíbrios.
Passados estes sete anos sobre a primeira visão, esta revisitação do filme está a significar a recorrência da satisfação de então...

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