sábado, setembro 08, 2007

As Múmias do Vale Dourado

No Verão de 1999, por mero acaso, um habitante do oásis de Bahariya descobriu uma imensa necrópole da época greco-romana.
Como acontece, quando se anuncia uma nova descoberta arqueológica no país dos faraós, logo o conhecido Zahi Hawass se dirigiu para esse recôndito lugarejo a 335 quilómetros do Cairo. Para deparar com dez mil múmias arrumadas em sarcófagos policromáticos.
O evento veio demonstrar como a egiptologia está longe de estar esgotada nas suas principais descobertas: saindo das margens do Nilo, aonde outrora se haviam disseminado as urbes mais desenvolvidas, mas também onde mais facilitado se revelara a actividade dos ladrões de túmulos, existe todo um espaço coberto pelas areias do deserto aonde poderão deparar-se com palácios e túmulos faustosos… com tesouros inesperados.
Há especialistas que vêem nos oásis do deserto líbio os pontos de passagem de caravanas de outros tempos, por onde transitavam ouro, marfim, peles e outras mercadorias preciosas. Que alimentavam um pujante mercado negro cujo controle escapava aos faraós ou aos governadores romanos, que lhes sucederiam…
A descoberta de tais vestígios do passado pode decorrer do acaso, como sucedeu com a necrópole de Baharya, ou pelo facto de se acentuar a erosão nas colinas e montanhas de areia responsáveis pela sua ocultação, deixando-as a descoberto.
A verdade é que, graças ao arsenal tecnológico hoje disponível para analisar os tecidos das múmias, é possível ir muito mais além no conhecimento do estilo de vida desses distantes antepassados. Saber o que comiam, quais as doenças de que padeciam, quanto tempo de vida duravam: é uma questão de imaginação formular tantas hipótese de investigação a que estas múmias acabarão por dar resposta…
Para os escritores, para os cineastas e outros criativos, que utilizarão os dados coligidos por arqueólogos e historiadores, haverá mais matéria para se aproximarem do que, na realidade, era o Egipto do tempo dos faraós...




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