sexta-feira, setembro 21, 2007

«O pintor e a bailarina»: filme de Valeri Solomin

Não é nada fácil a vida nas margens do Lago Baikal. Pelo menos se nos ativermos na vida de uma família de meteorologistas colocada na ilha de Olchon, espaço sublime em termos de beleza, mas severo quanto às condições de temperatura e de ventania a que ela se sujeita.
Por isso Natália deprime: como o combustível não é pago pela Administração, as horas com electricidade são escassas, obrigando-a a uma contemplação entediada do estado a que chegou a sua vida. O desejo de ser bailarina é uma mera recordação e, se já lhe bastaria, que Youri a abraçasse e a rodopiasse ao som da música por ela trazida para aqueles confins, tem de reconhecer nele a falta de vontade para o fazer.
Por isso fala de divórcio, de vontade de dali se escapar para a cidade.
Irá por diante com esse projecto? Não o sabemos. Mas a teimosia de Youri em ali ficar prenuncia um epílogo definitivo para uma relação, que conheceu decerto melhores dias...

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