quinta-feira, dezembro 03, 2020

(DL) Um livro incontornável para quem adora ler

 

Auspiciosa a leitura do livro que o Luis Caetano anda a divulgar no seu Ronda da Noite na Antena 2. Em O Infinito num Junco a espanhola Irene Vallejo cria uma obra à medida dos que amam a leitura e dela não conseguem prescindir. Cruzando a história do livro desde a Antiguidade com a sua própria biografia ela consegue um daqueles textos miraculosos destinados a serem lidos e relidos com o entusiasmo de quem neles poderá sempre encontrar algo de novo, quase por certo ecoável na própria história de quem as descobre.

Não deixa de ser curiosa essa tentação dos autores de língua castelhana dos dois lados do Atlântico em fazerem do amor aos livros o tema da sua escrita. Zafon inventou uma biblioteca, que era um cemitério dos livros esquecidos, Manguel converteu a bibliofilia numa filosofia de vida, Borges inventara bibliotecas labirínticas onde as mais prodigiosas ocorrências se tornavam possíveis. Agora Irene Vallejo brinda-nos com um livro inclassificável por misturar autobiografia com a erudição de uma apaixonada por Homero e daí resultar uma obra, que entusiasmou os nossos vizinhos aqui do lado no ano transato ao ponto de dele fazerem o mais importante título do ano. Agora somos nós desde cantinho ocidental a termos a oportunidade de nos encantarmos tal qual. 

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