sábado, junho 22, 2019

(DIM) «Trinta Lumes» de Diana Toucedo (2018)


Confesso-me desconcertado com este filme galego, que passou na edição do ano transato do Doc Lisboa. Quisesse reportar os usos e costumes de uma terra quase parada no tempo, porque nela ficaram os que ainda não emigraram nem morreram, e justificava-se a sua existência, mesmo exagerando na lentidão. Sem exigirmos mais valorizaríamos as cenas em que se depena uma galinha, as vacas regressam ao estábulo para se fazerem ordenhar, se apanham as castanhas, se coze o pão no forno ou se organizam batidas para caçar javalis.
Só que a realizadora quis intrometer uma vertente ficcional através de dois adolescentes, Alba e Samuel, fascinados pelo sobrenatural, buscando-lhes fundamento nas casas abandonadas onde possam acoitar-se os espíritos dos mortos. E será numa dessas pesquisas, que a rapariga desaparece sem deixar rasto. Liga-se então o início do filme com o seu fim, com dezenas de aldeões  chamarem pela desaparecida na floresta à volta da aldeia.
Se a ideia é a de apresentar a região como misto de cadáveres efetivos e de outros adiados «Trinta Lumes» cumpre o objetivo. Mas convenhamos ser limitada na intenção porque o tema daria muito mais pano para mangas. Assim soubesse e pudesse Diana Toucedo.

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