quarta-feira, março 04, 2015

CINEMATECA: Griffith e os seus discípulos, com japoneses e Rossellini à mistura

«Drácula», o  clássico que Tod Browning rodou em 1931, tendo Bela Lugosi como protagonista, é a proposta da Cinemateca para a sessão das 15.30.
Apesar da versão de Murnau  intitulada «Nosferatu», esta foi apresentada como a primeira adaptação oficial do romance de Bram Stoker. E Bela Lugosi terá levado tão a sério a sua representação do célebre vampiro da Transilvânia, que pediu para ser sepultado com a fatiota aqui utilizada.
Passariam muitos anos até surgir outro ator, Christopher Lee, capaz de se colar tão credivelmente à personagem.
A fotografia de Karl Freund merece ser apreciada pelo contributo para a criação da atmosfera viscosa e húmida aqui dominante.
Na sessão das 19 horas, temos mais uma comédia japonesa, desta feita da autoria da realizadora Naoko Ogigami. Datado de 2007, «Óculos» é passado numa ilha paradisíaca onde uma professora em férias descobre a excentricidade dos seus habitantes … todos eles dotados do acessório, que dá título ao filme.
Finalmente, às 21.30, teremos «A Tomada do Poder por Louis XIV» de Roberto Rossellini. Realizado para televisão em 1966 é um belíssimo filme sobre a instauração do poder pessoal e absoluto de Luís XIV depois da morte do cardeal Mazarino. Quase meio século depois continua a constituir o exemplo lapidar do que deveriam ser todos os filmes de temática histórica: rigoroso e pujante.
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Na quinta-feira, dia 5, a sessão das 15.30 prossegue o ciclo dedicado aos discípulos de Griffith com «Broken Blossoms» de Hans Brahm. Embora não merecesse propriamente esse reconhecimento o realizador assinou em 1936 uma nova versão de «Lírio Quebrado”, que o mestre assinara em 1919 e que passa às 21.30 permitindo assim a rara oportunidade de comparar o original com a cópia. A história é a de um missionário chinês que, em Inglaterra, ajuda uma jovem sujeita à violência do progenitor.
Às 18 horas, apresenta-se «Les Soviets plus l’électricité» glosando a célebre frase pela qual Lenine definia o comunismo. Durante três horas, Nicolas Rey leva-nos de visita a um país defunto, a URSS, no verão de 1999. Iniciada em Kiev a viagem leva-nos até Magadan e evoca a tradição comunista da família do realizador.
Uma hora depois, na sala Félix Ribeiro, surge outro filme japonês: «Voo Feliz» de  Shinobu Yaguchi, datado de 2008, que tem por personagens os pilotos, as assistentes de bordo, os controladores aéreos e vários outros profissionais de aviação, responsáveis pela segurança dos passageiros a bordo de uma viagem aérea até Honolulu.


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